A obra Jardim de Infância da artista Lia Mena Barreto do meu ponto de vista é uma pequena amostra de como se comporta toda nossa sociedade contemporânea.
Historicamente a infância como se conhece hoje foi construída ao longo do século XVIII, entre outras razões, com a criação da escola.É no Jardim da Infância os primeiros contatos da criança com a socialização e com o professor e também com a instituição escolar governamental ou privada. O professor portanto é o profissional que vai transmitir os primeiros ensinamentos e também detectar em cada aluno a realidade em que cada um vive.
Em cada criança está o retrato da família, célula da sociedade e também de como se comporta os membros da mesma.A escola funciona como verdadeira vitrina da família, mostrando o que está indo bem e o que está indo mal. Por isso, é natural que seja a escola que tome freqüentemente a iniciativa de encaminhar a criança para atendimento. (Fichtner, 1996)
Os pais de cada criança trazem consigo a sua história de como aquela criança foi gerada e concebida, como foi esperada, como nasceu, se foi bem aceita pelos familiares, se foi planejada a gestação.
A família mudou ao longo dos séculos e, mesmo hoje encontramos realidades completamente distintas. Enquanto, como parte da globalização econômica e cultural existem muitas diferenças, dependendo da geografia da etnia, da localização urbana ou rural e da classe social.
O contexto sócio econômico do agravamento da crise social nacional e mundial é outro parâmetro indispensável para a compreensão mais profunda do que se passa com a família na atualidade.
O desemprego, o subemprego, a corrupção e a violência que atingem todos os setores da sociedade, apesar de fenômenos complexos, já são vistos principalmente como reflexo da subcultura de extrema desigualdade social. Toda a população nas vilas e nos bairros afluentes, convive com a ameaça à integridade física e também com a insegurança econômica, já que a instabilidade social retira qualquer fator de previsibilidade quanto ao futuro não imediato
As chacinas de fim de semana, os pedintes em todos os semáforos, as crianças nas ruas, os catadores de papel, criam um constante e pesado clima psicológico. Essa luta desenfreada pela sobrevivência tem sido equiparada a uma disfarçada mas verdadeira guerra civil.
Tal realidade não está apenas nas ruas, mas também instalada dentro das casas,pois hoje é rara a família que ainda não se deparou com o desemprego ou a violência no seu cotidiano.
O tempo urge, pois o desrespeito ainda está em todas as partes e pode ser visto como elemento de um processo ante- civilizatório.
A violência e o retrocesso ocorrem quando não há espaço para alternativas e não se criam oportunidades para o crescimento.
Cabe a nós, portanto olhar os processos de mudanças individuais, do ciclo vital e globais com uma atitude que nos leve a construir um mundo mais harmônico e equilibrado, que respeite a diversidade. Todos esses fatores complexos contribuem para o ambiente atual onde, além da presença e da esperança nos grandes benefícios do progresso tecnológico, a ansiedade e a incerteza já fazem parte intrínseca do contexto da família, que encontra cada vez menos verdades prontas e cada vez mais valores que em grande medida têm de ser construídos colaborativamente por todos.
Acreditar no mundo é o que mais nos falta;nós perdemos completamente o mundo, nos desapossaram dele.Acreditar no mundo significa principalmente suscitar acontecimentos, mesmo pequenos, que escapem ao controle, ou engendrar novos espaços-tempos, mesmo de superfície ou volume reduzido[...] É ao nível de cada tentativa que se avaliam a capacidade de resistência ou, ao contrário, a submissão a um controle. ( Deleuze, 1990).
Este é Guilherme, filho de meu filho, meu neto. Ele tem três anos de idade, esta na Escola Municipal de Educação Infantil Peixinho Dourado. Me pergunto: Que mundo estamos construindo para ele e sua geração? Bem, da minha parte quero contribuir com uma pequena parcela na área da saúde e da educação, fazendo a minha parte, pois a sustentabilidade do planeta esta em nossas mãos.Precisamos rever nossos conceitos, novas atitudes, frente a tanta diversidade,é mister que tenhamos mentes abertas evoluidas, capazes de transformar, criar, produzir idéias para um novo mundo, sem violência, sem ódio, respeitando a natureza, preservando ás espécies a flora e a fauna. Trazer na alma a certeza dos justos, onde o menor, o frágil, o inocente, o desprotegido seja respeitado e preservado pelos mais fortes com toda sabedoria que somente os elevados de espirito são capazes.
Referencia Bibliográfica:
Eizirik,Claudio Laks.Ociclo da Vida Humana:uma perspectiva psicodinâmica.